Ribossomos: o alvo para novos antibióticos
Hoje, os seres humanos dispõem de um arsenal de antibióticos diferentes que podem ser usados na luta contra as doenças geradas por bactérias. Muitos desses antibióticos matam as bactérias, bloqueando a atividade de seus ribossomos. Entretanto, as bactérias acabam se tornando resistentes à maioria dessas drogas rapidamente. É fundamental, portanto, que se trabalhe para a descoberta de novos antibióticos.
Neste ano de 2009, os três laureados com o Prêmio Nobel em Química determinaram e identificaram estruturas que mostram como diferentes antibióticos podem se ligar aos ribossomos. Alguns antibióticos bloqueiam o caminho através do qual as proteínas saem do ribossomo e outros antibióticos bloqueiam a formação de ligação peptídica entre aminoácidos. Outros antibióticos, ainda, impedem a transcrição da mensagem DNA/RNA na proteína.
Algumas empresas usam, atualmente, as estruturas dos ribossomos para desenvolver novos antibióticos. Há empresas que estão desenvolvendo, também, testes clínicos para resolver os problemas causados pelas bactérias multirresistentes.
As pesquisas de Venka-Traman Rama-Krishnan, Thomas Steitz e Ada Yonath revolucionaram o desenvolvimento de antibióticos.
Dois americanos e uma israelense foram premiados, nesta quarta-feira 07/10/09, com o Nobel de Química. As pesquisas deles revolucionaram o desenvolvimento de antibióticos.
Venka-Traman Rama-Krishnan, Thomas Steitz e Ada Yonath ajudaram a ciência a entender melhor como funcionam os ribossomos, as fábricas de proteínas encontradas nos núcleos das células.
Isso tornou possível desenvolver remédios que bloqueiam o funcionamento dos ribossomos em bactérias que causam doenças e infecções. Os cientistas trabalharam separadamente, mas publicaram as descobertas quase ao mesmo tempo, nove anos atrás.
Venkatraman Ramakrishnan, do Reino Unido, o americano Thomas A. Steitz ,e Ada E. Yonath, de Israel, foram reconhecidos por estudar a estrutura e a função do ribossomos, pequenas estruturas encontradas em todas as células responsáveis pela síntese da proteína, que é fundamental para que as células façam a "tradução" genética das informações contidas no DNA. Essa síntese nada mais é do que uma espécie de "tradução". O ribossomo "lê" as instruções genéticas de cada célula e produz as proteínas. O DNA, um composto orgânico presente em todas as células dos seres vivos, é primordial para o crescimento, sobrevivência e reprodução e as dezenas de milhares de proteínas que fazem parte do corpo controlam as atividades químicas. Os estudos dos três pesquisadores são úteis para combater diversos tipos de infecções porque a estrutura básica do ribossomo é muito parecida em bactérias e seres humanos. Como a ação de muitos antibióticos impede a “tradução” das proteínas nos ribossomos das bactérias, quanto mais se estuda a fundo o ribossomo, maiores são as chances de criar medicamentos resistentes a alguns antibióticos.